Manejo
sustentável praticável no Município de São Paulo
Cultura
do Palmito Juçara (Euterpe edulis)
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Agro
Castanheiras Ltda., constituída em 1962,
ora comemora
o cinqüentenário da
sua
fundação.
É proprietária
da
Fazenda
Castanheiras - sua filial.
Ocupa mais de 20 funcionários com as
atividades
relacionadas à
Reserva Florestal.
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O
reflorestamento da totalidade da área de
138 hectares (60
alqueires), na zona rural
do Município (Distrito
de
Parelheiros),
foi iniciado em 1942 pelos sócios fundadores da empresa,
através do
plantio de Eucalipto e Cunninghamia simensis, além de
outras espécies no intuito de reflorestar a área, como
também para a produção de Árvores
de Natal “exclusivas” selecionadas. Preservaram-se ali três
remanescentes de Mata Atlântica preexistente.
Em
1960 foi requerida, junto ao Governo do Estado, a
interdição
da caça na área (Portaria 62 publicada no
D.Oficial em
5/10/1960).
Em 1962 constituiu-se a Agro Castanheiras
Ltda. atual proprietaria da fazenda;
Em
2002 requereu-se junto ao IBAMA a possivel instituição de
uma RPPN no local(Reserva Particular
de Patrimônio Natural).
Em 2004 apresentou-se o Projeto de Reversão Florestal
exigido para tal. Entretanto, quando da assinatura do
contrato,
constatou-se que o mesmo exigia a extração das
espécies exóticas dentro de um prazo de 5 (cinco)
anos, com subsequente replantio de espécies nativas. Tal
procedimento traria conseqüências irreparáveis
para o
meio ambiente tanto dentro da área como também no
seu entorno – seria algo
devastador para a fauna local. Mantém-se
ali registro diário de
animais vistos pelos funcionários.
http://agroreserve.com/Animals-Index.html
Em
2/3/2005 oficiou-se formalmente o IBAMA da desistência
definitiva por parte da empresa quanto à criação
da RPPN.
No
mesmo ano, requereu-se junto ao DPRN a instituição da
Reserva Legal, segundo a
legislação
vigente, em seguida averbada junto ao Registro de Imóveis.
Os
sócios deliberaram executar voluntariamente o plano de Reversão
Florestal, de forma gradativa, segundo
o
bom senso, minimizando o impacto à fauna silvestre.
Anualmente
executa-se, em
pequenas áreas demarcadas,
um planejado desbastes
dos eucaliptos, e
subseqüente plantio de
espécies nativas, de produção própria, na
Estufa Vegetal (sementes colhidas nos fragmentos da Mata
Atlântica local), como também mudas adquiridas de
produtores
idôneos.
Em
2006 homologado pelo IBAMA, a
fazenda foi declarada Área de
soltura de animais silvestres.
Em
2007 a empresa deliberou adquirir 10 hectares
(4
Alqueires) de Mata
Atlântica confinante, no
intento de salva-la da iminente invasão por
parte de posseiros, onde “palmiteiros” já haviam
subtraído
a totalidade de palmitos. Em seguida, instituiu Reserva Legal na
totalidade
da nova área
(nas quatro Matrículas independentes). A gerência do DEPRN
estranhou tal procedimento, entretanto, após apresentada a
planta da Fazenda à qual as novas glebas se incorporaram,
aprovou tais Reservas
Legais sem hesitar.
Em
seguida edificou-se sólido muro ao longo da nova divisa, a fim
de impedir acesso a: “palmiteiros”, caçadores, lenhadores,
posseiros etc.
Da
cultura de mudas do Palmito Juçara – Euterpe
edulis
Em
1985 realizou-se o primeiro experimento do cultivo do palmito
Juçara
dentro de um dos remanescentes de Mata Atlântica. Estando localizada no centro da fazenda,
nenhum “palmiteiro” tivera ali acesso
desde 1942.
Tal
remanescente de Mata Atlântica é designado “Palmital”,
devido à predominância do palmito, que se destaca pela
alta densidade de individuos dominando o sub-bosque da floresta.
A Trilha do Palmital é como denomina-se o acesso
à área. Começa no divisor
de águas (Encruzilhada:
'Ex-Pátula', 'Pátula-1' e 'Pátula –2',
designações
atribuídas a três bosques de Cunninghamia, separados por
ruas internas). Tal
experimento na mata nativa
foi mal sucedido. Nenhuma
muda sobreviveu, devido à sombra excessiva. Jamais
se cogitaria na fazenda executar “desbastes” ou “desgalhamentos”
na Mata Nativa.
No
ano seguinte (1986), iniciou-se, em pequena escala, a semeadura e
subseqüente 'encanteiramento' de mudas do palmito dentro dos
bosques de Cunninghamia.
Executaram-se previamente 'debastes' e
'desgalhamentos', a fim de gerar o compatível grau de insolação . Nestas
condições seu cultivo foi
de excelente resultado!
Nos
períodos de estiagem prolongada, as mudas recém-plantadas
são irrigadas, a fim de assegurar-lhes o bom desenvolvimento.
É
executada tanto por aspersão com tratores, ou manualmente, pelo
próprio plantador. O acesso ao trator ocorre através
das filas de cunninghamia reservadas para tal finalidade.
Vide: http://agroreserve.com/Palmtrees-2011/Palm-3-Irrig.html
Destino
das mudas em ponto de plantio
Após
dois
anos e meio, contados
da semeadura, as mudas encontram-se em condições de
serem 'transplantadas' para seu local definitivo.
Prepara-se
o terreno dentro dos eucaliptais, executando-se a roçada de uma
faixa de 1
metro de largura,
entre as filas dos antigos eucaliptos, respeitadas as árvores
nativas
ali encontradas. Designamos tal espaço preparatório de
“leira”. Na época das chuvas, são plantadas ali
mudas do palmito com espaçamento de 1,20
metros.
Desta
forma surgiu a cultura sistemática do Palmito Juçara na
fazenda Castanheiras. Muitas centenas de milhares de mudas de
Palmito foram produzidas durante as 3 (tres) ultimas
décadas nos bosques de (Cunninghamia) aproveitando-se o
sombreamento adequado para seu cultivo.
Vide:
http://www.agroreserve.com/aPalmito.html
e
http://www.agroreserve.com/ewhsj/P-PalmSeeds.html
Tais
fatos podem ser observados no local, onde visitantes são bem
vindos para conhecerem uma cultura, que se pode chamar
inédita.
Vêm-se
ali Palmitos em meio a “pinheirais” (“China
Fir” do Inglês). Paralelamente verificou-se
também a dispersão natural pela
fauna.
A
empresa despendeu consideráveis recursos, na
preservação
da área, gerando um autêntico modelo de
conservação
ambiental no Município.
É
relevante conhecer os antecedentes desta cultura, para compreender
causa e efeito, que resultou naquilo que ora se designa
“condições excepcionais”.
Da
cultura de Árvores de Natal ao Palmito
Ali
as condições são incomuns em
decorrência
da cultura anterior de árvores de Natal, particularmente
da Cunninghamia,
ali desenvolvida desde 1942 (71 anos).
De
tempo em tempo escolhia-se determinada gleba de Eucalipto, onde
se executava o corte raso para subseqüente plantio de Cunnighamias.
Trata-se
de cultura trabalhosa. Durante os meses da seca, utilizou-se o
sistema de irrigação, para melhorar as
condições
de crescimento das árvores (Cunnighamias).
A
partir da década de 1970, para melhorar a qualidade das
mesmas, passou-se
a
submetê-las à poda anual,
com a finalidade de,
aumentar-lhes a densidade das folhagens, produzindo-se árvores
de Natal "exclusivas" de incomparavel beleza.
Após
rigorosa seleção anual, apenas 10% dentre árvores
plantadas, eram extraidas para o Natal. As remanescentes
destinaram-se a formar os bosques hoje ali encontrados, que servem de 'habitats' para a fauna.
Cumpre
ressaltar, que os
tocos das árvores cortadas brotam (característica
da Cunninghamia).
Decorridos alguns meses, crescem em
média cinco brotos. Posteriormente
executa-se a "operação desbrota”,
deixando-se um único broto, para
formar uma nova árvore.
Ao
observador atento, torna-se compreensível que isto envolveu
muito trabalho sério, consciente e responsável em
benefício
do meio ambiente. Daí a situação incomum
constatada na área, donde sobrevieram as atuais condições
extremamente favoráveis para a cultura do Palmito.
As
florestas de Cunninghamia (exótica)
ali criadas constituem, valioso
instrumento, para a cultura do palmito. A empresa
produz
também mudas de Cunninghamia para interessados em
formar bosques da espécie.
Em
2008 constatou-se, que do esforço inicial despendido, resultara
um excesso de Palmitos na
área. Sua sombra excessiva
fatalmente inibirá o desenvolvimento de matrizes da
espécie
como também das demais mudas nativas, em prejuizo do
meio ambiente. Considera-se, pois aconselhável a
execução ali de um desbaste controlado do palmito.
Considera-se
compreensível a circunstância, de o poder público
hesitar em conceder no Município uma licença desta
natureza - Manejo sustentável da cultura do Palmito
Juçara, espécie
considerada em
risco de extinção. Entretanto,
tal cultura sistemática,
neste caso especifico,
sendo
praticada com
seriedade, gerará um novo tipo de
manejo sustentável – constituirá um modelo de
cultura, de interesse do poder publico como também da iniciativa
privada. Constituirá algo novo para técnicos e
estudiosos na área florestal - especialmente
do Meio Ambiente.
Não
se antevê perspectiva de lucro no caso especifico. Tem–se em
vista a extraçao mensal
limitada a apenas
100
palmitos.
As
abundantes folhagens dos palmitos em crescimento às beiras das
ruas internas e carreadores são periodicamente depositadas na
composteira,
para produção de matéria orgânica.
Tal
licenciamento assegurará a continuidade de uma cultura
existente, em beneficio das especies nativas ali preservadas e anualmente plantadas, utilizando-se
toda uma estrutura criada durante sete
décadas, prosseguindo-se no plano do plantio do palmito
em toda a
superficie da fazenda, especialmente em meio aos antigos eucaliptais,
que grandemente beneficiará o entorno na
APA-Bororé-Colonia.
Isto, ao invés de sua suspensão,
o que
lastimavelmente acarretaria o êxodo de trabalhadores
sériamente dedicados à atividade rural rara direcionada
à
preservação
do meio ambiente.
P.
Agro Castanheiras Ltda.
William
Conceição Hering - Manejo-Palmito-14-X-2012
DoProcesso
Tel.
(11) 3258-4635 – E-mail: ewhsp@terra.com.br
Licenciamento-DEPAVE
publicado em 7-Outubro-2014